Dia do Silêncio
A História do rei transparente
"—
Psiu, não digas nada. As palavras emocionadas saem da boca depressa
demais e costumam terminar dizendo coisas que não são totalmente
verdadeiras. E devemos ser respeitosos com as palavras, porque
elas são a vasilha que nos dá a forma. (...) É a palavra que nos
faz humanos, que nos diferencia dos outros animais. A alma está na boca. Mas, para nossa desgraça, os humanos já não respeitam o que dizem. (...) as palavras não devem ser como mel, pegajosas e espessas, doces armadilhas para moscas incautas, e sim como cristais transparentes e puros que permitam contemplar o mundo através delas."
(Rosa Montero - História do rei transparente. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. Tradução: Joana Angélica d'Ávila Melo. p. 119.)
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