quinta-feira, 28 de junho de 2012

Gestão Escolar

No Brasil
Pré-requisito: graduação em Pedagogia
Indicação: nomeação, eleição ou concurso

Por conta própria Gestores precisam pagar pela formação específica
ESFORÇO PESSOAL Para se especializar, Micele arcou com todos os custos do curso de gestão. Foto: Ademilde Correia
ESFORÇO PESSOAL Para se especializar, Micele arcou com todos os custos do curso de gestão
Embora existam opções de formação continuada financiadas pela União, pelos estados e pelos municípios, muitos educadores são obrigados a usar as próprias economias para bancar a capacitação. "Eu me tornei diretora há três anos. Aprendi na prática e com as leituras extras que fiz. Para enfrentar melhor o desafio, paguei por conta própria um curso de especialização em gestão escolar. Não foi fácil: gastei 5 mil reais em um ano de curso, fora o dinheiro da passagem e da alimentação, pois ele era na capital do estado", conta Micele Albano de Moraes, diretora da EE Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em Monte Negro, a 250 quilômetros de Porto Velho. A necessidade de complementar a graduação em Pedagogia nasceu da fragilidade da formação. "É a realidade da maioria das faculdades: algumas preparam para a liderança, mas a maioria não", afirma Bernadete Gatti, da Fundação Carlos Chagas. Para driblar a enorme distância entre teoria e cotidiano escolar, Micele se aconselha com os integrantes mais experientes de sua equipe. "A vice-diretora, Marlene, trabalha há 25 anos com Educação e me ajuda nessas horas. Sinto que compartilhamos um compromisso pelo aprendizado. Isso me motiva a seguir adiante."
 

POR ONDE COMEÇAR 
Para enfrentar as deficiências da formação inicial, é quase inevitável que os gestores precisem recorrer à formação continuada. Os dois maiores cursos apostam na capacitação a distância. Apoiado em parcerias com Secretarias Estaduais e Municipais, o Ministério da Educação mantém o programa Escola de Gestores, iniciativa de qualificação que inclui cursos de extensão, atualização e pós-graduação, com uma carga horária que varia entre 100 e 400 horas. Já o Conselho Nacional dos Secretários da Educação (Consed) organiza o Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares, o Progestão, que já treinou cerca de 100 mil gestores em mais de 20 estados. Três quartos do total de 270 horas/aula são ministrados a distância.

Se a escolha forem os cursos presenciais de especialização ou mestrado em gestão escolar, a recomendação principal é ficar atento ao currículo, que deve ter como foco a aprendizagem e o que ocorre nas salas de aula. Uma terceira alternativa, mais abrangente, são cursos que envolvem todo o município na melhoria escolar. "Nesse caso, consultores acompanham a implantação de novas práticas e orientam as mudanças junto a todos os agentes do processo educativo. O diretor é elemento central nessa transformação", afirma Tereza Perez, diretora-executiva do Cedac.

GRAU DE DIFICULDADE 
Médio. Há medidas simples e de fácil comprovação prática. Muitos programas de formação continuada começam pela gestão do espaço escolar, prática que contempla a atuação em equipe, as relações interpessoais e a interação com a comunidade. O impacto na aprendizagem é mais difícil de ser observado, pois há outras variáveis envolvidas na melhoria do desempenho dos alunos - ele está mais relacionado, por exemplo, ao papel do coordenador pedagógico.

CUSTOS 
Variáveis. O Escola de Gestores, do MEC, não tem custo para o município. O secretário entra em contato com a Undime e indica os profissionais que gostaria de capacitar. Nos cursos de especialização e mestrado em gestão escolar, a opção por universidades públicas representa uma redução sensível (ou total) nos custos. E no Programa Escola Que Vale, do Cedac, a estimativa é de uma mensalidade de 22 reais por beneficiário.

TEMPO ESTIMADO

A gestão do espaço escolar costuma ter resultados imediatos. Cuidados com a limpeza, a distribuição da merenda e a conservação da escola podem ser a mola propulsora de uma mudança profunda. Quando bem conduzida, a ênfase no trabalho em equipe também aparece no curto prazo. O impacto na aprendizagem é mais demorado. Resultados palpáveis são sentidos a médio e longo prazos - ainda assim, embalados em um conjunto de políticas.

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