quarta-feira, 11 de abril de 2012

Dia do Silêncio

Dia do Silêncio


A História do rei transparente


"— Psiu, não digas nada. As palavras emocionadas saem da boca depressa demais e costumam terminar dizendo coisas que não são totalmente verdadeiras.       E devemos ser respeitosos com as palavras, porque elas são a vasilha que nos dá a forma. (...)       É a palavra que nos faz humanos, que nos diferencia dos outros animais.      A alma está na boca.     Mas, para nossa desgraça, os humanos já não respeitam o que dizem.     (...) as palavras não devem ser como mel, pegajosas e espessas, doces armadilhas para moscas incautas, e sim como cristais transparentes e puros que permitam contemplar o mundo através delas."

(Rosa Montero - História do rei transparente. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. Tradução: Joana Angélica d'Ávila Melo. p. 119.)


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